Olhar para o marketing e para a Transformação Digital como algo essencial para o seu negócio pode ser a chave para se reinventar e superar a crise que atravessamos.
O impacto da pandemia de Covid-19 nas empresas é inegável, mas muito mais do que o foco nos danos, é urgente que as empresas foquem nas transformações necessárias para encarar essa nova realidade que surge diante de nós. Afinal, ainda que o termo “Novo Normal” já pareça um pouco desgastado, a verdade é que nossa realidade de fato está se transformando drasticamente, com algumas mudanças de comportamento que podem vir para ficar por tempo indeterminado. A pauta de Transformação Digital, que mesmo antes da pandemia já vinha ganhando fôlego, agora tem ainda mais respaldo e relevância para ajudar as empresas a enfrentarem essa crise e saírem dela mais forte.
Neste sentido, é urgente pensar nas soluções de modo cada vez mais estratégico e hoje vou pontuar aqui alguns erros que muitas empresas têm cometido nesse momento aflitivo para todos.
Investimento em marketing não é gasto supérfluo
O primeiro deles é considerar o investimento em marketing como algo supérfluo, sem a devida mensuração do impacto que isso pode ter de imediato. A realidade é que não há crescimento sem investimento. E não me refiro apenas a investimento financeiro, mas também de tempo. Infelizmente o marketing costuma ser considerado um custo dispensável, e não um investimento – e isso é um grande equívoco. Um dos possíveis fatores para esse viés é o desconhecimento sobre o potencial das ações de marketing, bem como a falta de estratégia de negócio bem definida ou mesmo experiências passadas negativas.
Mas aqui é válido destacar um dado relevante: na China, no momento em que a pior fase já passou, foi observada uma retomada que ficou conhecida como “Curva V”, ou seja, o crescimento pós-crise tem sido tão acentuado quanto a queda anterior a ela. Não podemos afirmar que esse comportamento se repetirá aqui no Brasil ou em outros países, mas é um indicador importante e que merece a nossa atenção.
As empresas que deixarem de investir, seja em marketing ou em outras áreas do negócio, podem perder espaço para concorrentes que estão fazendo o contrário neste momento.
Encontrar saídas para a crise demanda abertura para a mudança
Para entender os pontos de retomada, é preciso encarar essa nova realidade com as perspectivas mais abertas. A rotina pós quarentena será repleta de modificações, nosso modo de viver está passando por mudanças abruptas – algumas delas possivelmente serão permanentes. Isso significa olhar com mais cuidado para essa nova forma de viver, de se relacionar. Em outras palavras, entender como de fato se comunicar com o seu público e identificar suas necessidades agora.
Neste sentido, não há como pensar em esforços de marketing sem valorizar o capital humano. Reter talentos ou contar com especialistas para apoiar o seu time é fundamental para se sobressair no mercado. Sem pessoas capacitadas e especializadas, como encontrar os melhores caminhos para inovar? Como usar a Transformação Digital a favor do negócio?
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”, essa citação de Darwin é perfeita para a situação. As empresas precisam entender que será inevitável enfrentar mudanças no comportamento das pessoas, principalmente quando falamos em hábitos de consumo. Esse é um momento de reflexão. Será que meu produto/serviço precisa mudar? Como comunicar essa mudança? Eu diria que o mais importante no momento é que as empresas fiquem atentas a essas mudanças e não fiquem presas ao passado.
Não adianta mudar sem mostrar o seu diferencial
O marketing de relacionamento é crucial para que você consiga se comunicar de forma assertiva, no tempo certo, com as pessoas certas e com a mensagem correta. Vamos olhar brevemente para o cenário de diferentes setores. O mercado de alimentação, por exemplo, sofreu um baque imediato entre bares e restaurantes. A resposta, no entanto, também veio com rapidez, com o aprimoramento e a expansão das possibilidades de delivery e suporte a pequenos produtores.
O e-commerce também deu um salto no período. Pesquisa encomendada pelo Facebook IQ ao Ibope Inteligência apontou que 28% das pessoas no Brasil estão fazendo mais compras online desde o início da pandemia. E se por um lado isso significa possibilidade de modernização e adaptação de modelos de negócios para o ambiente digital, por outro também significa aumento na concorrência.
Não basta simplesmente se adaptar para atender o seu público no digital. Se não houver investimento em comunicar isso de uma forma bem estruturada, pensando tanto na base de clientes já existentes quanto em novos clientes, pode ser um desperdício de recursos.
Pensemos ainda em outros mercados que tiveram um impacto mais forte logo que a crise se instaurou, como o turismo e os eventos. Por mais que o impacto financeiro seja muito forte, o investimento em uma comunicação assertiva e alinhada com o momento atual é indispensável para que se construa um cenário sólido no pós-pandemia. Passar a mensagem errada neste momento significa perda de credibilidade, assim como silenciar-se também pode significar cair no esquecimento e abrir espaço para a concorrência.
Está inseguro para investir em mídia paga? Entenda que o erro não está no orçamento, mas sim no investimento errado. É importante ter as ferramentas adequadas para mensurar o retorno do investimento que foi feito.
É preciso pensar na inovação de uma forma mais objetiva
Quando falamos em inovação, é comum que as pessoas pensem em ações grandiosas, envolvendo muitos recursos financeiros e grandes equipes, mas na verdade é possível ser inovador colocando em prática ações simples. Sobre isso, Marcelo Nakagawa, professor do Insper e especialista em inovação, resumiu bem em entrevista ao InovaBra: “A humanidade e os negócios sempre deram saltos de crescimento ou se reinventaram por meio da inovação. Não será diferente agora, por mais que tenhamos tantas incertezas. Mas, para uma parcela grande das empresas, a inovação consistirá em ações para garantir a sobrevivência mínima. É preciso inovar – e muitas vezes radicalmente – também para sobreviver neste momento. Por outro lado, organizações com algum conforto no fluxo de caixa têm uma oportunidade histórica de sair não apenas maiores, mas principalmente mais inovadoras e ágeis dessa situação”.
Devemos encarar o horizonte com um viés não só de sobrevivência, mas também de reinvenção. Marcas sem um posicionamento claro e que deixam de comunicar suas ações durante esse momento tendem a ser menos valorizadas do que as que investem. Os consumidores estão cada vez mais exigentes e apoiam/reconhecem marcas que estão tomando a frente da situação e ajudando a sociedade de alguma forma, seja apoiando os negócios locais, não demitindo os funcionários, etc. O que temos notado é que as pessoas estão apoiando de forma social essas empresas, ou seja, se engajando nas redes sociais, compartilhando e comentando publicações que demonstram esse tipo de posicionamento.
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